faz agora por estes dias de final de Janeiro 2 anos que tive a oportunidade de viajar à Índia, país que não conhecia. foi uma viagem-relâmpago de trabalho, cansativa, mas nem por isso menos encantadora.
porque naquele país, para mim, quase tudo foi novo.
juntamente com uma equipa do cliente a quem fomos dar apoio, em 7 dias fomos de Portugal à Índia (via Dubai), visitámos New Delhi, Bangalore, Chennai e Mumbai, fazendo diversas apresentações e regressámos a Portugal (via Dubai).
desde aí tive a boa fortuna de ter lá passado, ao todo, mais de 3 meses, deixei lá amigos e trouxe comigo uma maior compreensão de como os indianos são, a sua maneira de estar, os seus modos, a sua cultura, a mentalidade.

a Índia é um país onde tudo é exagerado e overwhelming, tudo parece ‘augmented’: quando saímos à rua os nosso sentidos entram em sobrecarga e permanecem assim enquanto lá estivermos; de tal forma é intenso que quem não se adapta, sofre – literalmente… dores de cabeça, dores de estômago, aflições gastrointestinais, afonias (padeci destas, estive sem voz quase uma semana), etc.
O calor é imenso, o barulho é atroz (gritaria, buzinadelas constantes, musicas nos altifalantes, anúncios…), o cheiro é insuportável (em Mumbai misturam-se os cheiros dos pântanos com os cheiro das comidas e com os cheiros dos canos e esgotos), as cores não podiam ser mais vivas, e se resolvermos comer qualquer coisa como um vada pav (diz-se váda páo e é uma sandes vegetariana com um croquete de puré de batata extremamente picante), o picante é tal que sai fumo pelas orelhas!
só de sair à rua uma pessoa fica exausta! mas, como com tantas outras coisas na vida, quando deixamos de ter, fica um vaziozinho naquele sitio do nosso espírito ou do nosso coração que pertence àquilo e apenas àquilo…
tenho saudades de Mumbai.