hoje o meu dia ia seguindo como em qualquer 3ª feira que se segue a qualquer 2ª, bastante trabalho, os telefonemas, os e-mails, os projectos, uma actualização forçada do windows que me deixou sem computador por um bocado e me permitiu uma escapadela rápida para ir comer qualquer coisa a meio da manhã..
hora de almoço, toca a sair que o tempo é pouco e os recados são muitos e ainda há que comer, regressar, muito frio, uma colega que está de partida (viagem de trabalho) para Angola, mais telefonemas, uma ou outra rápida troca de novidades por mp, o habitual….
…e nisto uma amiga que me diz por messenger:
“estás bem? tenho saudades tuas, quando nos encontramos?”
“estou bem, também tenho saudades vossas e com vocês está tudo bem também?”
“está tudo a andar” respondeu ela e insistiu…”quando nos encontramos?”
não comunicávamos há provavelmente uns oito ou dez meses e tive um pressentimento.
“que se passa? olha que já não tenho idade para surpresas…”
pormenores à parte, a minha amiga está desempregada… mais correctamente está outra vez desempregada. e agora já sem grandes esperanças de voltar a conseguir um cargo como os que já desempenhou.
estas noticias dessincronizam-me sempre, porque já passei pelo mesmo e conheço a agonia da situação, as tentativas falhadas, as contas por pagar, a invisibilidade….
quando cheguei a casa agarrei num punhado de amêndoas e comecei distraidamente a comer: de repente tive de ir cuspir a que tinha na boca….
….era das amargas, como o dia de hoje.